Textos 2

"Peço, em primeiro lugar, que todos se dirijam a Deus com orações, pedidos, súplicas e acções de graças por todos os homens. Peçam pelas autoridades e por todos os que têm responsabilidades de governo, para podermos viver em paz e sossego, louvando a Deus com dignidade e com todo o respeito. Assim é que deve ser e esta é a vontade de Deus, nosso Salvador. Ele quer que todos se salvem e tenham conhecimento da verdade.
É que há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, que é homem também e que deu a vida por todos. Esta foi a mensagem que Deus revelou no tempo devido. É disto que eu fui nomeado mensageiro, apóstolo e mestre, para ensinar a fé e a verdade aos não-judeus. Digo a verdade; não digo mentiras."

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Faz setenta anos que foi Instituído o Dia de Ação de Graças, e a terra agradece a quem teve tal iniciativa. Quando se erige uma data, é sinal de que havia uma “realidade”, no fundo dos corações, pedindo a instituição, esperando a escolha do dia. Aparentemente, parece que a gratidão está desaparecendo do mercado dos homens. Engano grande e perigoso. As pessoas agradecem muito mais do que se cogita. Os corações são mais delicados do que parecem. O “muito obrigado” sobe bem mais frequentemente ao céu do que suspeita e contabiliza a terra. Estamos, pois, de parabéns. Quanta coisa se faz, quando se data uma realidade humana! Primeiro, tem-se a impressão de que se para o tempo e se põe a pensar nalguma coisa, que do tempo não é, que tem um pronunciado sabor de eternidade, de Deus. Depois, se patenteiam os corações, mostrando flores em seu íntimo e perfume em suas mãos. Quem agradece tem arminho interior e guarda sedas inéditas, dentro de si. Uma data só poderá ser celebrada se o homem conseguir colocar-se fora e acima da corrida dos dias, da tremenda centrifugação das lidas, da disparada dos negócios, do intrincado cipoal das preocupações de hoje. E mais: se souber situar-se num mundo superno, interior também, de onde o coração se sente nascido, para onde se sabe dirigindo a cada dia que passa. Quem agradece diz fé, pronuncia-se em favor de uma esperança, sugere amor. Como que debruçado sobre o mapa-múndi da vida, afirma, de manso, que ela tem uma finalidade, que se não enrola em si mesma, criando desesperos de alma. Especialmente isto: quem agradece grita Deus; tem certeza da presença divina. Não se agradece sem direção, assim como não se atira a esmo. O “muito obrigado” contem uma presença de providência, uma encarnação de amor, uma imanência de atividade paterna. Quem agradece, como se falasse a Alguém face a face, tem certeza de uma verdade religiosa. Sente uma presença amiga. Abre-se com o Pai. Se for valer a lei da vida, que diz e prova: “só valorizamos uma coisa, quando a perdemos”, a gratidão nasce geralmente com os atrasos de quem sofre de um Pai perdido, de um Cristo relegado, de um Espírito contristado, de uma Igreja não conhecida, nem sentida, nem amada, como se deve. Ainda bem que surge, todos os anos, uma festa para avivar a memória da gratidão e introduzir, meio sem jeito, as pessoas no delicado mistério do “muito obrigado”. Segundo a lei do amor, quando se começa a sentir presenças tênues, quando dois seres, que uniram suas vidas numa só existência, passam a sentir um ao outro, em todos os instantes da vida e de todos os modos de viver, então a gratidão impera, as almas se irmanam, os corações cantam um antecipado céu, caído na terra, dentro de um lar. Com muito mais sentido, isso deve ser dito sobre a gratidão do homem em relação a Deus, por seus gestos de Pai. Um dia, nossa facilidade de “vê-lo” o surpreenderá em tantos flagrantes, de presença amiga, que a vida passa a ser um canto único de gratidão, um interminável estribilho de “muito obrigado, Senhor”.
(P. C. Vasconcelos Jr. – 1978)


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A batalha em busca de poder (Moacir Castellani)

Aos 33 anos Jesus foi condenado à morte. A “pior” morte da época. Somente os piores criminosos da época morreram como Jesus morreu. E com Jesus ainda foi pior porque nem todos os criminosos naquela punição receberam cravos nos membros… sim… foram cravos e não pregos… Cada um deveria ter cerca de 15 a 20 cm, com uma ponta com 6 cm e a outra pontiaguda. Eles eram enfiados nos pulsos e não nas mãos como é dito… No pulso, há um tendão que vai até o nosso ombro… Quando os cravos foram enfiados esse tendão se rompeu sendo que Jesus era obrigado a forçar todos os músculos de suas costas para não ter os seus pulsos rasgados. Sendo assim não podia forçar tanto tempo porque perdia todo o ar de seus pulmões. Desta forma, era obrigado a se apoiar no cravo enfiado em seus pés, que por sua vez era maior que os das mãos porque eram pregados os dois pés juntos. Já que seus pés não agüentariam por muito tempo, senão rasgariam também, Jesus era obrigado a alternar este “ciclo” simplesmente para conseguir respirar.
Jesus agüentou esta situação por um pouco mais de 3 horas. Sim, mais de 3 horas…
Muita coisa, não? Alguns minutos antes de morrer, Jesus não sangrava mais. Simplesmente saía água de seus cortes e machucados. Quando imaginamos machucados, imaginamos simples feridas, mas não: os dele eram verdadeiros buracos, buracos feitos em seu corpo. Ele não tinha mais sangue para sangrar. Portanto, saia água. Um corpo humano é composto de aproximadamente 35 litros de sangue (um adulto). Jesus derramou 35 litros de sangue, teve três cravos enormes enfiados nos membros, uma coroa de espinhos enfiados na cabeça e também teve um soldado romano que enfiou uma lança em seu tórax, sem falar de toda a humilhação em que passou, após ter carregado a sua própria cruz por cerca de dois quilômetros, com pessoas cuspindo em seu rosto e atirando pedras em seu corpo (a cruz pesava cerca de 30 kg, só a parte em que lhe foram pregadas as mãos). Isso tudo para que você tivesse um livre acesso a Deus, para que você tivesse todos os seus pecados “lavados”. Todos eles, sem exceção! Não ignore essa situação. Ele morreu por você; você mesmo, que está lendo esta história. Não fique achando que ele morreu pelos outros, por só aqueles que vão a alguma igreja ou por aqueles monges, padres, pastores, bispos, etc. Sim, ele morreu por você também.
Pense nisso agora! Deus abençoe nossas vidas!

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Competitividade é a marca da sociedade atual. Num mundo globalizado, dinheiro e reconhecimento estimulam cada vez mais a obsessão das pessoas. Pressionados por uma cultura superficial e materialista, rendemo-nos ao consumo exagerado que nos promete uma falsa e ilusória felicidade. Não percebemos, mas gastamos boa parte do nosso dinheiro em produtos supérfluos. Trabalhamos demais para sustentar um estilo de vida desnecessário. O desperdício é um dos subprodutos da sedução ao consumo.
Nunca a humanidade foi capaz de fabricar tantos produtos para o nosso conforto. Mas nunca as pessoas estiveram tão perdidas sobre o que fazer com este conforto. Ao invés de usufruirmos dos bens materiais, somos seus escravos. Ao invés de utilizarmos os recursos disponíveis para uma vida melhor, nos desgastamos para acumular tais recursos. É a armadilha da vida urbana: quanto mais compramos, mais desejamos, embora quanto mais obtemos, menos nos satisfazemos.
A compulsão é tão automática que metas materiais passam a ser mais importantes que metas pessoais. Trocamos o ser pelo ter, qualidade de vida por quantidade de bens. E, nesta ânsia de ganhar ainda mais, tornamos as pessoas nossos adversários. É a disputa entre quem terá mais, quem será mais capaz. É a batalha em busca de poder.
Não quero dizer que competir não seja importante. Competir faz parte da vida. É uma forma de superar limites, desenvolver os próprios potenciais.
Competir é uma maneira de aprender a enfrentar desafios, um incentivo para o auto-crescimento. Mas, inadvertidamente, nos distanciamos do que realmente queremos. Ao invés de competir como forma de desenvolvimento, as pessoas se tornam rivais. Ao invés de realizarem o melhor de si, desejam ser as melhores. Ao invés de superarem seus limites, enfatizam suas próprias qualidades. Não buscam um resultado em comum, tornam-se demasiadamente egoístas. Num ciclo infinito rumo ao sucesso e reconhecimento, fecham-se para os próprios princípios, isolam-se em um ambiente frio e hostil.
Na verdade, a batalha que realmente vale a pena é o próprio desenvolvimento pessoal. O verdadeiro compromisso é com a construção de uma vida coerente com aquilo que somos. A competição é interna. O desafio está na superação dos próprios limites. É claro que as conquistas materiais também têm a sua importância. São instrumentos modernos que facilitam nossas vidas e por isso devem ser valorizados. Mas não podemos ser seus escravos, nos seduzindo pelas nossas próprias criações. Afinal, competir apenas para consumir é uma forma egoísta de existir. Nosso mérito pessoal não pode ser medido apenas pelos aplausos de uma platéia. Ninguém nasce apenas para se exibir. Conforto e bem-estar material só trazem felicidade e prazer de verdade quando estamos em paz e serenos com nossa própria consciência.